Mas, e Max Factor, produção?

Mas, e Max Factor, produção?

Nossos últimos posts falaram sobre a história da maquiagem no cinema e esse assunto deu “pano pra manga”! Muitos nos perguntaram:

Mas, e o “pai da maquiagem”, Max Factor?

E os registros de maquiagem no Egito Antigo com a Cleópatra?

E a maquiagem na Roma Antiga? E as maquiagens japonesas Kabuki?

Enfim, são tantas as referências históricas no assunto! Mas, esclarecemos aqui, que o foco do Blog é enfatizar a Maquiagem no Cinema, e, quando falamos dos pioneiros, estamos nos referindo aos primeiros maquiadores dentro da indústria cinematográfica, por isso começamos com as histórias de George Méliès, Família Westmore e Alberto de Rossi.

Há controvérsias de quem começou primeiro, mesmo dentro da indústria, pois, assim como o cinema estava dando seus primeiros passos como comércio em Holywood, o mesmo acontecia na Itália e em outros países. Tanto que Alberto de Rossi e Wally Westmore começaram suas carreiras paralelamente, cada um em seu país, e depois passaram a “dividir” as divas do cinema (Audrey Hepburn e Elizabeth Taylor, por exemplo, eram maquiadas hora por um, hora por outro).

Por isso, não iremos discorrer sobre a historia da maquiagem no mundo, deixaremos isso para um outro momento (com este assunto dá para escrever um livro!)

Agora, sobre MAX FACTOR, não podemos deixar de falar… Mesmo não tendo sido ele o primeiro maquiador cinematográfico, ele foi além… Foi visionário ao perceber o potencial de Hollywood, sendo o primeiro fornecedor de maquiagens para o cinema e enxergar o setor como um ramo comercial.

Maksymilian Faktorowicz, mais conhecido como Max Factor, nascido na Polônia, começou sua vida profissional muito cedo. Chegou a ser assistente de dentista e farmacêutico, aprendiz de um designer de perucas e, aos 14 anos já trabalhava na Grande Ópera Imperial Russa. Vendia cremes, fragrâncias, cosméticos artesanais e perucas quando migrou para os Estados Unidos em 1904. Em 1908 começou fornecendo sob encomenda maquiagens cênicas para a indústria cinematográfica que estava dando os primeiros passos.

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Quer saber mais? Leia sua biografia no livro “Max Factor, o Homem que Mudou as Faces do Mundo” (Ed. Matrix)

Observando a maquiagem teatral, que era pesada, espessa e que “craquelava“, Factor percebeu a necessidade de adaptá-la às telas de cinema, concluindo que suas demandas eram completamente diferentes (como é até hoje, não é mesmo?). Defendeu o uso de produtos que não fossem pesados a ponto de mascarar as atrizes, e estudou a fundo as cores adequadas à cada tom de pele.

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Fonte: Fashion Marketing

Depois de muitos experimentos inaugurou em 1914 o primeiro cosmético criado para o cinema, uma base de consistência fina, que não pesava, e ainda inovou, trazendo a diversidade de 12 cores que se adequavam à cada tom de pele. Criou tonalidades com fundo matte para as imagens em preto e branco e, depois, com advento dos filmes coloridos, lá pelos anos 30, criou o Pancake, da maneira como usamos hoje.

Com este legado, ele se tornou a maior autoridade do assunto no cinema. Logo, as grandes estrelas de Hollywood já o requisitavam. Grandes astros de Hollywood como Bette Davis, Joan Crawford, Judy Garland, entre muitos outros, não só experimentavam os produtos, como solicitavam sua aplicação pessoalmente. Ele já dava pitacos aos diretores sobre luz e ângulos nas filmagens e atendia às divas em seu próprio salão de beleza, localizado próximo à Avenida Hollywood Boulevard.

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Curiosidade: Max Factor convenceu Cecil B. de Mille a alugar perucas de cabelos humanos para o filme “The Squaw Man“, para que parecessem mais naturais, criticando os sintéticos, baratos e fakes. Mas a opção era tão cara que ele teve que colocar seus próprios filhos para atuar como figurantes neste e em outros Westerns, só para ficarem de olho nas peças.

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Max Factor foi o criador da polêmica máquina acima, que mais parece um objeto de tortura, feita para medir a simetria das faces, cujas imperfeições seriam corrigidas com maquiagem. A máquina chamada Calibration Machine, ou Calibrador de Beleza, não foi além – existe apenas um exemplar – que pode ser visto no Museu “Hollywood Entertainment Museum“. Outra máquina curiosa é esta abaixo, uma boca artificial feita para medir o tempo que os batons duravam nos lábios.

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Controverso ou não, Max Factor foi responsável por criar nada mais, nada menos, do que os produtos que mais usamos nas maquiagens atuais – O lip gloss, o pancake, o corretivo, a maquiagem à prova d´água, cílios postiços e máscara de cílios em tubo. Resolveu problemas constantes na maquiagem cinematográfica da época como o derretimento das pomadas labiais, e trouxe soluções para as novas tecnologias da época, que realçavam as luzes e sombras nos estúdios, conquistando com isso sua estatueta no Oscar. Além disso, Max Factor é homenageado com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood .

Curiosidade: O gloss foi criado por Max Factor em 1930 para que os lábios se sobressaíssem nos filmes em preto e branco.

Sua marca extrapolou os sets de filmagens e foi a primeira linha a atender o público em geral. Seu jargão dizia: “Qualquer mulher pode ser tão linda como uma atriz de cinema ao usar nossos produtos!”

Hoje seu nome é representado por seu bisneto Davis Factor, fundador do Smashbox Studios e Smashbox Cosmetics.

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Mais uma curiosidade envolvendo Max Factor na atualidade: Em 2009 a marca comemorou 100 anos e convidou Gisele Bündchen para representá-la. Vejam o que Gisele fala a respeito:


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