Kazu Hiro novamente indicado ao Oscar por “Maestro” com Bradley Cooper, disponível na Netflix
A maquiagem cinematográfica em sua riqueza de detalhes. Trabalho minucioso, estudo, pesquisa, muita técnica, profissionais especializados que trabalham dia e noite (muitas noites) para fazer a magia acontecer.
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O maquiador que, em sua infância, questionava como era feito o cabelo do Chewbacca e fascinado por livros sobre cinema e efeitos especiais, se tornou fã de Dick Smith, por seu trabalho em “O Poderoso Chefão (mais precisamente sobre o processo de envelhecimento de Marlon Brando dando vida à Don Corleone). Hiro se correspondeu com Smith e daí em diante se tornou um grande estudioso. Hoje é considerado um dos maiores maquiadores de efeitos especiais do mundo.
Curiosamente ele começou na equipe de Rick Baker, pupilo de Dick Smith e logo se afastou de Hollywood – foi trabalhar com esculturas realistas e só retornou com o ganhador do Oscar de melhor maquiagem “O Destino de Uma Nação”, na transformação de Gary Oldman em Winston Churchill. Em seguida ganhou uma nova estatueta por “Bombshell” (“O Escândalo”). A bola da vez é “O Maestro” (disponível na Netflix), que garante ser um dos favoritos para ganhar o Oscar 2024, além de ter sido indicado, também, ao Bafta.
Mas foi sempre o rosto humano que o intrigou, o realismo. Não é muito do time que gosta de monstros e criaturas. Ele diz: “O que mais o fascina é contar a historia através da maquiagem e o quanto seu trabalho contribui para a profundidade do mergulho do ator no personagem.”
BRADLEY COOPER INTERPRETA LEONARD BERNSTEIN
Num momento onde nunca se falou tanto de inteligência artificial, Hiro é requisitadíssmo pelos maiores cineastas da atualidade, justamente por sua sensibilidade e capacidade de materializar suas obras.
Em um trabalho com Benicio del Toro, Cooper mencionou querer trazê-lo para seu próximo projeto como ator e diretor “O Maestro”.
Kazu Hiro desenvolveu bravamente uma série de próteses, tanto para as fases de envelhecimento quanto rejuvenescimento.
Cooper quis testar as 5 opções de maquiagem no Disney Concert Hall em LA por 24 horas, para saber qual seria melhor ao conduzir a orquestra. Hiro disse que reaprendeu a ser maquiador com esse projeto e com Cooper. Eles fizeram vários testes para garantir o menor tempo de aplicação possível e chegaram em 2 horas para o rejuvenescimento e 5 horas para os mais complexos.
Para a fase mis jovem, além de utilizar próteses de queixo, lábios e nariz, fez um “lifting” artificial, repuxando para cima olhos e queixo. Para o envelhecimento: queixo, nariz, pescoço e até lóbulo da orelha, fora as próteses de rugas. A partir de uma impressão 3D, foi possível esculpir peças da sua barriga, que aparece despida em uma cena de dança. Também foram usadas próteses de pêlos no peito, braços, para as cenas do inicio e fim, quando ele está sentado ao piano. Retratou diferentes tempos do personagem entre seus 25 a 71 anos. Na fase mais velha, antes de morte de Bernstein, a maquiagem levava 5 horas, incluindo vestimenta (para postura envelhecida) , próteses ao redor dos olhos, testas, ombros, mãos.
Desafio: Bradley tem muita sensibilidade nos olhos, considerou as próteses muito pesadas e tiveram que mudar para remodelar as sobrancelhas.
Além da prótese para transformar o nariz de Cooper, foram usadas estreatégias para alteração de tom de voz. (Um tampão nasal interno que imitava um desvio de septo para que a voz e a respiração do ator pudessem corresponder mais de perto às do compositor).
Curiosidade: Nos anos 90, Hiro assistiu um documentário sobre o músico e disse que um dia gostaria de trabalhar em um filme sobre ele.
Hiro disse que quase se aposentou após “O Destino de Uma Nação” mas percebeu que criou uma marca e está sendo procurado por projetos semelhantes e voltou a falar sobre aposentadoria, agora com “O Maestro”. Disse que tudo o que tinha vontade de fazer na indústria cinematográfica está reunido neste filme. Esperamos que não!
Esta é a quinta indicação de Hiro ao Oscar!
CAREY MULLIGAN TAMBÉM PASSOU POR TRANSFORMAÇÕES
Carey Mulligan interpreta Felicia Montealegre, esposa de Leonard Bernstein. Mulligan interpreta Felicia desde os 24 anos, em 1946, quando conheceu Bernstein numa festa, até à sua morte em 1978, aos 56 anos. Além da amquiagem, o filme retrata suas roupas e estilos de cabelo em evolução e famosos ao longo dos anos 50, 60 e 70. “Eu simplesmente adorei estar com quase 50 anos. Não sei por que, apenas pensei: este é provavelmente o meu ponto ideal. Tipo, acho que é aqui que sinto minha alma”, disse ela. “A maquiagem era tão inacreditavelmente real, mas meio que apresenta uma crise de mortalidade um pouco estranha que você olha para si mesmo e pensa, bem, é exatamente assim que eu ficarei se algum dia ficar incrivelmente doente. É um pouco alucinante.”
Carey, que filmou grávida, precisou ir, em meio às gravações, à um médico devido a um mal estar. O doutor não acreditou que ela estava grávida de 12 semanas. Ela esqueceu do detalhe que estava caracterizada de Felicia aos 56 anos. Ela relatou à equipe: “Fui me maquiar e disse ‘um médico acabou de olhar para mim e pensou que eu tinha quase 50 anos. Então, parabéns porque é uma maquiagem muito boa.
